IEMANJÁ
A majestade
dos mares. Senhora dos oceanos, sereia
sagrada, Iemanjá é a Rainha das águas
salgadas,
considerada como mãe de todos Orixás, regente absoluta
dos lares,
protetora da família.
Chamada também como a
Deusa das Pérolas, Iemanjá é aquela
que apara a cabeça
dos bebês no momento do nascimento.
Essa força
da natureza também tem um papel muito
importante em nossas vidas, pois é ela
que vai reger nossos
lares, nossas casas.
É Iemanjá que vai dar o sentido de
"família" a um grupo de pessoas que vivem debaixo de um
mesmo teto.
Ela é a geradora e personalidade ao grupo
formado por pai, mãe e filhos,
transformando-os num grupo
coeso.
Iemanjá é o
sentindo de educação que damos aos nossos
filhos, os mesmos que recebemos de
nossos pais, que
aprenderam com nossos avós.
Ela, Iemanjá, rege até o
castigo,
as sanções que aplicamos aos filhos.
É o sentido
básico, é a base da formação
de uma família, aquela que vai
gerar o amor do pai pelo filho, da mãe pelo
filho, dos filhos
pelos pais, transformando tais sentimentos num só
poderoso,
imbatível, que se perpetuará.
Iemanjá é a
família! Rege as reuniões de família, os
aniversários, as festas de casamento,
as comemorações que
se fazem dentro da família. É o sentido da união, seja
ligado,
por laços consangüíneos, ou não.
Dentro do
culto, numa casa de santo, Iemanjá também atua
organizando e dando sentindo ao
grupo, à comunidade ali
reunida e transformando essa convivência num ato
familiar; criando raízes e dependências; proporcionando o
sentimento de irmão
pra irmão em pessoas que há bem
pouco tempo não se conheciam; proporcionando
também o
sentimento de pai para filho, ou de mãe para filho e
viceversa, nos
casos do relacionamento do Babalorixás, ou
Ialorixás como os Omo Orixás (filhos
de Santo).
Iemanjá
também está presente nas decisões, nos momentos
de angústia e preocupação pelo
ente querido, pois seus
sentimentos geram os nossos, A necessidade de saber se
aqueles que amamos estão bem.
a dor pela preocupação, é
uma regência de
Iemanjá, que não vai deixar morrer dentro
de nós o sentido de amor de amor ao
próximo,
principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe,
outro
parente, ou amigo muito querido.
E estendemos isso,
também, às comunidades da
Religião.
Iemanjá é a
preocupação e o desejo de ver aquilo que
amamos a salvo, sem problemas. É a
manutenção da
harmonia do lar.
Está
presente também no nascimento, pois é ela quem vai
aparar a cabeça do bebê,
exatamente no momento do seu
nascimento. Se Exu fecunda e Oxum cuida da
gestação, é
Iemanjá quem vai receber aquela nova vida no mundo e
entregá-la ao
seu regente, que inclusive pode ser até ela
mesma.
Isto tem uma importância
muito grande, no sentido
e na visão da Cultura Africana, sobre a fecundação e
concepção da vida humana.
Iemanjá é a senhora dos lares
, pois, desde o
nascimento, ou a partir do nascimento, ela
cuidará da família.
Daí o titulo
de Iyá (mãe), melhor, Iyá – Ori (mãe da cabeça) e
plasmadora de todas as
cabeças; aquela que gera o Ori, que
dá o sentido da vida e nos permite pensar,
raciocinar, viver
normalmente como seres pensantes e inteligentes.
Iemanjá está
presente nos mares e oceanos. É a Senhora das
águas salgadas e será ela que
proporcionará boa pesca nos
mares, regendo os seres aquáticos e provendo o
alimento
vindo de seu reino. Iemanjá é a onda do mar, o maremoto, a
praia em ressaca,
a marola, É ela quem controla as marés, é ela quem protege a vida no mar.
Mitologia
Filha de
Olokun, Iemanjá nasceu nas águas.
Teve três filhos:
Ogum, Oxossi e Exu.
Conta a
lenda que Ogum, o guerreiro, filho mais velho,
partiu para as suas conquistas;
Oxossi, que se encantara
pela floresta, fez dela a sua morada e lá permaneceu,
caçando; e Exu, o filho problemático, saiu pela mundo.
Sozinha
Iemanjá vivia, mas sabia que seus filhos seguiam
seus destino e que não podia
interferir na vida deles, já que
os três eram adultos.
Comentava
consigo mesma:
- Ogum
nasceu para conquistar. É bravo, corajoso,
impetuoso. Jamais poderia viver num
lugar só. Ele nasceu
para conhecer estradas, conquistar terras, nasceu para ser
livre. Exu, que tantos problemas já me deu, nasceu para
conhecer o mundo e dos
três é o mais inconstante, sempre
preparado surpresas; imprevisível, astuto,
capaz de fazer o
impossível, também nasceu para conhecer o mundo. Oxossi,
meu
querido caçula, bem que tentei prendê-lo a mim, mas
no fundo sabia que teria
seu destino. Ele é alegre, ativo,
inquieto. Gosta de ver coisas belas, de
admirar o que é
bonito e é um grande caçador. Nasceu para conhecer o
mundo
também e não poderia segurá-lo...
Iemanjá
estava perdida em seus pensamentos quando viu
que, ao longe, alguém se
aproximava. Firmou a vista e
identificou-o: era Exu, seu filho, que retornara
depois de
tanto tempo ausente. Já perto de seu mãe, Exu saudou-a e comentou:
- Mãe, andei
pelo mundo mas não encontrei beleza igual à
sua. Na conheci ninguém que se
comparasse a você!
- O que está
dizendo, filho? Eu não entendo!
- O que
quero dizer é que você é a única mulher que me
encanta e que voltei para lhe
possuir, pois é a única coisa
que me falta fazer neste mundo!
E sem ouvir
a resposta de sua mãe, Exu tomou-lhe à força,
tentando violentá-la. Uma grande
luta se deu, pois Iemanjá
não poderia admitir jamais aquilo que estava
acontecendo.
Bravamente, resistiu às investidas do filho que, na luta,
dilacerou os seis da mãe. Enlouquecido e arrependido pelo
que fez, Exu
"caiu no mundo", sumindo no horizonte.
Caída ao
chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e
a pena que teve pela
atitude do filho, pediu socorro ao pai
Olokun e ao Criador, Olorun. E, dos seus
seios dilacerados, a
água, salgada como a lágrima, foi saindo, dando origem aos
mares.
Exu, pela
atitude má, foi banido para sempre da mesa dos
Orixás, tendo como incumbência
eterna ser o guardião, não
podendo juntar-se aos outros, na corte.
Iemanjá que,
deste modo, deu origem ao mar, procurou
entender a atitude do filho, pois ela é
a mãe verdadeira e
considerada a mãe não só de Ogum, Exu e Oxossi, mas de
todo
o panteão dos Orixás.
Dados
Dia: sábado;
Data: 2
de fevereiro;
Metal: prata
e prateados;
Cor: branco
transparente;
Partes do
corpo: cabeça (inconsciente e equilibro mental),
cérebro (comanda o
corpo);
Comida: epo
de milho branco, manjar branco com leite de
coco e açúcar, acaçá, peixe de água
salgada, bolo de arroz
mamão.
Arquétipo: voluntariosos,
fortes, rigorosos, protetores,
altivos e algumas vezes, impetuosos e
arrogantes. Têm
sentido de hierarquia, fazem-se respeitar, são justos e
formais. Põem à prova as amizades que lhe são devotadas
, custam muito a perdoar
uma ofensa e, se perdoam, não
esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são
maternais e sérios. Sem possuírem a vaidade de Oxum,
gostam do luxo, das
fazendas azuis e vistosas, das jóias
caras.
________________________________________
Claudair Chaves
Nenhum comentário:
Postar um comentário